quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Rapidinhas de Paulo Leminski

Abrindo um antigo caderno
foi que eu descobri:
Antigamente eu era eterno.
--
INCENSO FOSSE MÚSICA
isso de querer ser
exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além
--
não discuto
com o destino
o que pintar
eu assino
--
RAZÃO DE SER
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
Paulo Leminski.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fale agora, ou cale-se para sempre.