domingo, 7 de junho de 2009

O Cotidiano.

Seu Zé.

Seu Zé, típico empregado do mês. Todo mês.

Acorda todo santo dia as 4 e meia. Pega no batente as 6. E mora longe. Entra cedo na fila no ônibus.

Mas antes disso, quando acorda, fica ainda alguns minutos olhando sua esposa, linda, que dorme ao seu lado. Dá-lhe um beijo na testa, e se levanta pro dia.

Come é pão com manteiga, as sextas tem sempre ovo frito.Mas o café que não falta. Isso não .. dia nenhum!

Ai ele come, e se veste. Nem sempre toma banho, diz que é cedo, faz frio, e não quer despertar. Sua roupa ta sempre passada. A patroa é cuidadosa.

Ai ele sai, anda 10 minutos, entra na fila do ônibus, pega o ônibus, e senta.

Juntou dinheiro e comprou seu mp3. Agora ele faz o caminho escutando música. E as dicas do trânsito. E tira uns cochilos. Diz ele que pra acordar.
Antes das 6 ele chega no serviço.

Seu Zé vende ‘Meia Hora’ nas barcas. Anda pra La e pra, segurando jornal, e não fica tonto. Seu

Zé não esbarra nas pessoas. Seu Zé não tropeça. Nunca um jornal caiu da sua mão.

Habilidoso esse Seu Zé.
Funcionário do mês. Exemplar.

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Senhorita Ana

Quando ela nasceu, ninguém sabia que nome dar. Na falta de criatividade, Ana resolveram chamar.

Nome decidido, Ana virou enfermeira.

Desde pequena ela amarrava as bonecas com panos. O pai dizia que pareciam múmias. E a mãe beliscava ele.

Ana foi uma criança feliz.

Sentiu muito quando o pai morreu. E amargurou-se na vida.

Nunca foi casada. Alguns poucos tristes casos, sem sucesso.

Todos os domingos, à tarde, ela visita a casa da mãe. Que é cheia de migalhas de porcelana. Uma bagunça.

Come bolo de fubá, toma café, e vai embora.
A mãe reclama que ela nunca vai na missa. E ela diz que perdeu o encanto.

A única coisa que ela considera ser de valor é seu trabalho, de enfermeira, e seu gato, Leopoldo.

Acorda às 7e meia, todos os dias. E enfrenta o trânsito da ponte.
É enfermeira numa casa de idosos. Lá se torna simpática e meiga. Conhece todos pelo nome.

Ana se empurra pra vida. E vai levando ...

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